CARTILHA X PSICOGÊNESE
Há muitos e muitos anos em um reino muito, muito, distante... Opa será que é tão assim? Na verdade o que ocorria e ainda ocorre com professores desatualizados é a alfabetizar por meio de cartilhas. Segundo Cagliari (2008), a cartilha ficou arraigada na sociedade como único e eficaz método de alfabetização de crianças, mas veremos que não é eficaz.
A cartilha possui muitos defeitos que atrapalham o desenvolvimento geral das crianças, pois ela admite apenas um só falar e como vimos anteriormente, em cada lugar, a cada situação o modo de se expressar sobre o mesmo assunto muda e deve mudar para que nos adaptemos ao ambiente, isso não significa falar errado, mas sim ter a expressão como identidade.
Ela tem o seguinte enunciado: faça conforme o modelo. A escrita de uma pessoa também é uma forma de identidade, por isso ao alfabetizar é necessário mostrar os diferentes alfabetos para as crianças, são eles: cursiva e caixa alta, observando que o tipo de letra que de criança escrever não pode ser pré requisito de aprovação ou reprovação.
Outros problemas como textos curtos e o decoreba, que não permitem o desenvolvimento do raocínio , além de não permitir o erro trazendo grandes problemas futuros. Após todos os apontamentos feitos sobre a cartilha, o que então colar no lugar para alfabetizar?
Emília Ferreiro (2001), aluna de Piaget, em seus estudos, nos aponta um caminho é a chamada psicogênese, essa teoria nos mostra que a escrita é um sistema de representação a ser decodificada, e que a criança tem um modo particular de entender esse sistema, pois ela conhece o mundo porém seu representação não é a nossa.
Para alfabetizar sem a cartilha é preciso primeiro construir o espaço alfabetizador, junto com as crianças, a escrita será então um construção própria e individual de cada um. Tudo começa com o nome da criança, com as letras de seu nome e deus colegas ela conhecerá, compassadamente todas as letras sem necessidade inicialmente de uma ordem.
A psicogênese possui níveis descritos abaixo:
1) PRÉ-SILÁBICO: a criança escreve por meio de garatujas, ou desenhos na fase inicial chamada: pré-silábico 1. Depois, conhecendo seu nome, escreve letras aleatórias, sem valor sonoro convencional com relação às letras de seu nome. Sendo então nível pré-silábico 2. FOCO NA LETRA
2) SILÁBICO: após intervenções, como bingo das letras, caça letras, ou seja, jogos que estimulem o conhecimento das letras a criança passa para esse nível, onde vincula uma letra para cada sílaba, com ou sem valor sonoro convencional. FOCO NA SÍLABA
3) SILÁBICO-ALFABÉTICO: com atividades como completar com as sílabas, ou cruzadinhas a criança silábica torna-se pré-silábica, ou seja, começa a soltar mais letras, forma algumas sílabas com uma letra e outras com duas. FOCO NA SÍLABA
4) ALFABÉTICO: trazendo atividades que estimule o aluno a conhecer todos os tipos letras e sílabas e deixando-o livre para pensar, mas não sem apoio, ele torna-se alfabético, capaz de escrever e entender pequenos textos, faltando apenas ter sua ortografia concretizada. Mas esse tema é cena dos próximos capítulos. FOCO NA PALAVRA
Vanessa Vieira Rodrigues
( testes encontrados na internet)